sexta-feira, 1 de abril de 2011

Entre confetes e serpentinas: Uma leitura do banho a Fantasia em Paranaguá enquanto um espaço de relações coletivas.


Antes de chegarmos ao local de encontro do banho a fantasia, pela cidade já se vêem dispersos vários indivíduos fantasiados. Chegando a Praça do Guincho, local de encontro dos blocos, o que mais chama a atenção são as pessoas reunidas como se estivessem prontas a fazer um ritual. Chegando mais próximo, observa-se a concentração, de adultos, crianças e idosos, ansiosos para que o evento comece. Não demora muito, os blocos começam a tocar.

Como fator quase que imperceptível ou perceptível , a impressão que se tem é que nesse acontecimento que antecede o carnaval, é que existe uma relação coletiva por parte das pessoas que comemoram o banho a fantasia. Esta percepção de coletividade pode ser vista através dos homens que travestidos de mulheres brincam e dançam juntos.

Pessoas que dançam juntas atrás de um bloco, em que um carro toca música alta, seja por afinidade da música que toca, ou simplesmente por acompanhar o bloco. Esta relação coletiva pode também ser observada, nas famílias que vêm para festejar o banho, seja no parceiro do lado que junto bebe, seja no desconhecido que pula ao lado. Essa coletividade vista no banho a fantasia, pode ser contraposta ao individualismo cotidiano, das semanas em que na correria do tempo para o trabalho, pouco se vê tantas pessoas juntas comemorando.

Porém é importante ressaltar que mais que espaço de festa, o banho também pode ser local de crítica e de manifestação. Observa-se este fator nas fantasias que apontam sobre a condição de um ponto turístico da cidade que foi abandonado “De Tutóia, a Tutonóia”, ou a crítica a um estilo musical.

Enfim numa visão particular se pode analisar o banho a fantasia enquanto um espaço em que podem ser observadas relações coletivas, como comenta VIEIRA (2006) em seu artigo “Paisagem e Imaginário: Contribuições Teóricas Para uma História Cultural do Olhar” o espaço é tanto uma realidade exterior quanto uma representação. E a representação pode ser vista como uma construção de visão de mundo.

Referências

VIEIRA, L.D. Paisagem e imaginário: contribuições teóricas para uma história cultural do olhar. REVISTA FENIX- Revista de História e Estudos Culturais, julho/, 2006. V.3. Disponível em: www.revistafenix.pro.br. Acesso: jul, 2010

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