sábado, 2 de abril de 2011

O banho!


por Marco Antonio Sordo Carlim

  É para "matar" o calor e "lavar" a alma, se desapegar dos problemas do ano que passou e se preparar com alegria para os novos desafios que surgem com o começo de mais um ano, afinal como diz o ditado: "O ano só começa depois do carnaval".

  Neste ano, a tradição chegou a marca de 62 anos de banho a fantasia, evento este que antecede o carnaval parnanguara. Um encontro popular, a luz do dia, onde muitos homens "trocam de papel" e se vestem como mulheres, algumas mulheres se vestem com roupas masculinas e também tem quem participa somente observando.

   Parece só isso, mas olhando com mais atenção e conversando com alguns "foliões", podemos chegar a uma outra conclusão. O banho pode ser visto como um resumo da sociedade, uma sociedade que não é perfeita, até porque a perfeição é relativa e um tanto quanto utópica. 

  Olhando desta forma, podemos ver que muitos vão atrás  dos blocos da mesma forma que seguem os modismos passageiros. Se escondem em fantasias e poses, preferindo a ficção em detrimento da realidade. 


  Para Gustave Le Bon: "Sejam quais forem os indivíduos que compõem um grupo, por semelhantes ou não que sejam seus modos de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o fato de haverem sido transformados num grupo, coloca-os na posse de uma espécie de mente coletiva que os fazem sentir, pensar e agir de maneira muito diferente daquela pela qual cada membro dele, tomado individualmente, sentiria, pensaria e agiria, caso se encontrasse em estado de isolamento".



  Uma batalha por aceitação, feita de exibicionismo individual, mascarada em um momento de euforia coletiva. 


  Mas segundo um outro ditado: "nem tudo esta perdido", podemos ver também "fantasias" que demonstram um olhar crítico e que tratam de temas políticos ou marcantes, seja do cenário municipal, estadual, federal ou até mesmo mundial.



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